Os podcasts deixaram de ser uma tendência da comunicação e se consolidaram como parte essencial do consumo de conteúdo, especialmente no Brasil. O formato ajuda os ouvintes a se informar enquanto dirige, aprender algo novo e a se entreter enquanto realiza outra tarefa. Esse modelo conquistou espaço na rotina e ganha fôlego para atuar em outras frentes.
Em 2024, mais de 40 milhões de brasileiros consumiram podcasts regularmente, de acordo com a Kantar IBOPE Media. Já o levantamento YouGov Global Profiles 2025 apontou que 44% dos brasileiros escutam podcasts semanalmente, superando a média global de 41%. A combinação de escuta sob demanda, portabilidade e acesso a uma diversidade de vozes faz do podcast uma ferramenta democrática, especialmente em um país marcado pela pluralidade cultural e desigualdades de acesso. Afinal, o áudio cabe em qualquer rotina e em qualquer bolso, por meio dos telefones celulares.
O que esse público está ouvindo?
A resposta curta é: um pouco de tudo. Investigações jornalísticas profundas, conversas bem-humoradas sobre cultura pop e sociedade, programas de true crime, espiritualidade, notícias diárias e educação financeira figuram entre os mais ouvidos, refletindo a diversidade de interesses do público.
Tendências que moldam o futuro dos podcasts
Com a rotina cada vez mais corrida, cresce a busca por episódios curtos, de 5 a 20 minutos, especialmente no formato noticioso. Podcasts como o Café da Manhã (Folha de S. Paulo) e o The News (da newsletter homônima) exploram bem esse modelo, entregando conteúdos objetivos, roteirizados e com clareza de ideias.
Os estilos de apresentação também se diversificam e conquistam diferentes públicos:
- Entrevistas, que seguem sendo o formato queridinho para construção de autoridade, como o Mídia e Marketing (UOL) e O Que Tem na Sua Carteira? (B3 + Steal The Look).
- Bate-papo descontraído, que cria senso de comunidade, com destaque para programas como PodPah, PodDelas e Flow Podcast, que transformaram o mercado.
- Storytelling narrativo, com roteiros imersivos que prendem a atenção, como o Não Inviabilize e os projetos de Chico Felitti, incluindo A Mulher da Casa Abandonada.
Podcasts como ferramenta estratégica
Para criadores de conteúdo, o podcast funciona como extensão natural da marca pessoal. Para empresas, é uma ferramenta estratégica de branding, conteúdo educativo e relacionamento com stakeholders.
Marcas como O Boticário e Santander já usam esse canal para se conectar com seus públicos de maneira mais profunda e humanizada. Enquanto o primeiro aborda temas relacionados à beleza, bem-estar e sustentabilidade, alinhados aos valores da marca e aos interesses dos consumidores, o segundo investe em conteúdos com caráter educativo, focados em educação financeira e desenvolvimento pessoal, ajudando a desmistificar conceitos e a aproximar a marca de seus clientes.
Além do áudio, os podcasts também têm evoluído para vídeo, ampliando seu alcance e possibilidades de engajamento. Muitas produções gravam os episódios em vídeo, permitindo a distribuição em redes sociais como YouTube, Instagram e TikTok, alcançando públicos que preferem consumir conteúdo audiovisual. Essa estratégia multiplica os pontos de contato e potencializa a conexão entre marcas, creators e audiência.
Os podcasts seguem como uma das formas mais autênticas de gerar engajamento real, fortalecer autoridade e criar conexão genuína com a audiência. Se sua marca ou você, como criador, ainda não considerou investir em um podcast, talvez seja hora de dar o play nessa ideia antes que a concorrência ocupe esse espaço.
KETLEY PAIXÃO
Account Executive for Meta at AND, ALL – Reputação e Influência
