Os debates mais recentes sobre a creator economy reforçam uma transformação no modo como criadores, marcas e plataformas se relacionam. Em meio a um cenário que valoriza conexões reais e autenticidade, surgem novas práticas e métricas que privilegiam profundidade, colaboração e pertencimento.
Durante encontros e painéis do ecossistema de influência no Brasil, profissionais e especialistas têm discutido o futuro da criação de conteúdo, questionando métricas tradicionais e propondo caminhos mais humanos e sustentáveis. Entre os temas abordados, alguns destaques ajudam a compreender o momento atual:
1. Além do viral: o espaço da profundidade (e da conexão) nos podcasts
Os formatos longos, especialmente os podcasts, se consolidam como territórios de autenticidade. Enquanto o algoritmo das redes privilegia rapidez e conteúdo instantâneo, o áudio permite um consumo mais intencional, favorecendo o vínculo entre criador e público.
Em painel sobre formatos de profundidade realizado durante o YouPix Summit 2025, Luisa Migueres, da Creators Academy, destacou como o podcast devolve ao criador a liberdade criativa e o tempo necessário para construir conexões genuínas. Segundo ela, “quando alguém te escuta por 40 minutos, cria-se um vínculo muito mais profundo”.
Esse tipo de formato, afirmou, representa um “respiro criativo” que permite desenvolver pautas com calma, desconstruir formatos e mostrar vulnerabilidade. Assim, mais do que audiência, o podcast promove intimidade e continuidade. Cada episódio é uma peça que compõe o retrato real do criador.
2. Creator Marketplace: um ecossistema vivo dentro do Instagram
A relação entre marcas e criadores vem se sofisticando dentro das próprias plataformas. O Creator Marketplace do Instagram exemplifica esse movimento ao oferecer filtros detalhados que permitem segmentar perfis e estabelecer parcerias mais assertivas.
De acordo com dados apresentados pela Meta, formatos como Reels e Carrosséis seguem centrais nas estratégias, mas os Anúncios de Parceria vêm ganhando destaque ao entregar resultados concretos, incluindo aumento de 71% na lembrança de marca e redução de 19% no custo por ação.
Esses números reforçam a profissionalização do ecossistema e a importância de ferramentas que unem dados, propósito e relevância na criação de campanhas de influência.
3. Community Score: a nova métrica da influência
Se 2024 foi o ano das comunidades, 2025 marca o avanço para uma nova forma de mensurar relevância: o Community Score. O conceito busca entender o quanto uma marca realmente se conecta com microcomunidades (grupos de interesse específicos que muitas vezes passam despercebidos na lógica de massa).
Mais do que um indicador de performance, essa métrica traduz o amadurecimento do setor em torno da ideia de pertencimento e relevância contínua, priorizando interações que refletem identificação e valor compartilhado.
4. Quando a experiência vira conteúdo
Mas as ativações de marca também refletem essa mudança de mentalidade. Empresas que apostam em experiências imersivas e interativas conseguiram transformar seus espaços em verdadeiros laboratórios de engajamento. Brindes dão lugar a momentos de troca, curiosidade e conteúdo espontâneo.
No setor de beleza, o User Generated Content (UGC) é colocado no centro das estratégias, promovendo o senso de comunidade e autenticidade. Já marcas de alimentação e bebidas exploram o poder das experiências multissensoriais para criar conexões emocionais, usando sabores e interações como pontes entre marca e consumidor.
5. Influência com propósito e autenticidade
A creator economy amadurece ao compreender que a influência mais duradoura nasce da vivência compartilhada, não apenas de grandes campanhas, mas de interações humanas, simples e consistentes.
O impacto real está na capacidade de gerar ressonância genuína, traduzindo valores e experiências em conexões que vão além das métricas tradicionais.
KETLEY PAIXÃO
Account Executive for Meta at AND, ALL – Reputação e Influência
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