Confiança, a habilidade que inteligência artificial nenhuma consegue simular
“As bibliotecas sempre foram a metáfora suprema da esperança humana de que a razão prevalecerá sobre o caos”, escreveu Jorge Luis Borges. Se a mítica coleção de papiros abrigava, imóvel, a soma do saber antigo, a inteligência artificial (IA) promete algo muito mais ousado: ler, reinterpretar e aprimorar todo o conhecimento humano em tempo real.
Bill Gates calcula que, em menos de uma década, sistemas auto reforçados serão capazes de vasculhar bases científicas inteiras, formular hipóteses e testá-las na mesma velocidade com que um elétron percorre um circuito. Por sua vez, Brad Smith, presidente da Microsoft, adverte que, se não distribuirmos esse poder de forma equitativa, corremos o risco de reeditar, em escala planetária, as desigualdades fabricadas pela Revolução Industrial.
Para quem, como eu, passa a vida a gerir crises e reputações corporativas, a questão surge com urgência: que lugar restará ao arquiteto de narrativas num mundo em que as próprias narrativas podem ser geradas, disseminadas e monitoradas por máquinas mais sagazes do que qualquer humano?
Leia mais em:
PAULO ANDREOLI
CEO & Chairman América Latina da AND,ALL – Reputação e influência.