O mundo inteiro envelhece, mas o Brasil envelhece rápido e mal preparado. O Estatuto do Idoso — muitas vezes reduzido a marketing eleitoral — prefere tutelar a capacitar. Faltam ações que vejam os mais velhos como sujeitos produtivos, não como “coitados” merecedores de favores. Enquanto países asiáticos expandem centros de emprego sênior ou bolsas de estudo para requalificação tardia, o mercado brasileiro insiste em associar inovação a juventude — desperdiçando décadas de capital intelectual.
A Organização Mundial da Saúde define o etarismo como “estereótipos, preconceitos e discriminação baseados na idade”. Estima-se que tal viés reduza a expectativa de vida em 7,5 anos, devido ao estresse crônico e ao acesso desigual a tratamentos de saúde.
Num país onde 8,6 milhões de brasileiros com 60 anos ou mais ainda trabalham – menos de um quarto dos 35 milhões que compõem essa faixa etária – a economia já sente tanto o vigor quanto a ausência de mãos experientes. Em poucos anos, estima o IBGE, teremos perto de 50 milhões de idosos; manter pouco mais de vinte por cento deles na força de trabalho significará renunciar a um capital humano que nenhum programa de inovação compensará.
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PAULO ANDREOLI
CEO & Chairman América Latina da AND,ALL – Reputação e influência.